Metade da população mundial terá excesso de peso ou obesidade em 2035.

Metade da população mundial terá excesso de peso ou obesidade em 2035.

A Federação Mundial de Obesidade estima que 51 por cento da população mundial, ou quatro mil milhões de pessoas, vai viver com excesso de peso ou obesidade em 2035 se a prevenção e o tratamento desta epidemia não forem priorizados.

Segundo o relatório do Atlas Mundial de Obesidade, divulgado pela Fundação Gasol, que se dedica a prevenir a obesidade infantil, o impacto económico global do excesso de peso e da obesidade vai chegar a 4,32 mil milhões de dólares (4,05 mil milhões de euros) por ano, em 12 anos, representando quase três por cento do PIB mundial.

O relatório, publicado no âmbito do Dia Mundial da Obesidade, celebrado a 4 de março, revela que em 2035 a obesidade pode atingir mais do dobro da população infantil face a 2020, um aumento mais rápido do que o esperado, maior entre as raparigas do que entre os rapazes.

Nos países de baixos rendimentos, localizados na Ásia ou na África, estima-se um maior crescimento da prevalência da obesidade.

Perante os dados, a Federação Mundial de Obesidade destaca a necessidade de desenvolver planos de ação nacionais contra a obesidade em todo o mundo, “como o Plano Estratégico Nacional para a Redução da Obesidade Infantil, recentemente aprovado em Espanha”, de acordo com o estudo da Fundação Gasol.

Segundo explica a Fundação, “aliada do plano contra a obesidade infantil”, incluem-se 200 medidas a realizar até 2030 com o objetivo de reduzir o excesso de peso em 25 por cento e o fosso social da obesidade em 40 por cento.

Prevalência obesidade Portugal

Em 2024, a situação da obesidade em Portugal é bastante preocupante. Cerca de 67,6% da população apresenta excesso de peso ou obesidade, sendo que 28,7% dos adultos são considerados obesos, o que representa mais de dois milhões de pessoas.

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As projeções indicam que, até 2035, 39% dos adultos em Portugal poderão ser obesos. Espera-se que a taxa de obesidade aumente anualmente em 2,8% entre 2020 e 2035, com um crescimento ainda mais acentuado entre as crianças, onde o aumento anual é previsto em 3,5%.

Apesar destes números alarmantes, Portugal é classificado como um dos países mais bem preparados para enfrentar a obesidade, ocupando a oitava posição entre 183 países analisados. Isso deve-se a uma série de políticas de saúde pública que promovem uma alimentação saudável e incentivam a atividade física.

Esses dados ressaltam a necessidade urgente de atenção contínua às questões de saúde pública e a implementação de estratégias eficazes para combater a obesidade no país.

Obesidade infantil em Portugal 2024

Em 2024, a obesidade infantil em Portugal permanece uma questão preocupante. De acordo com os dados mais recentes, cerca de 31,9% das crianças entre 6 e 8 anos têm excesso de peso, e 13,5% sofrem de obesidade. Esses números mostram um ligeiro aumento em relação aos dados de 2019, quando as taxas eram de 29,7% para excesso de peso e 11,9% para obesidade.

As regiões mais afetadas incluem os Açores, onde a prevalência de excesso de peso é de 43,0%, seguidos pela Madeira (31,7%) e pelo Norte do país (31,3%). Em contraste, o Algarve apresenta a menor taxa, com 27,7%. A análise também revela que os rapazes são mais propensos a ter problemas de peso, com 29,6% a ter excesso de peso e 13,2% obesidade, em comparação com as raparigas, que apresentam 29,7% e 10,6%, respetivamente.

Desde 2008, Portugal tem conseguido uma tendência de redução na obesidade infantil, atribuída a diversas iniciativas do governo e dos profissionais de saúde que promovem uma alimentação saudável e a prática de atividade física. No entanto, a realidade de que uma em cada três crianças ainda enfrenta problemas de peso destaca a necessidade de um esforço contínuo e da implementação de estratégias eficazes para enfrentar esta questão.

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Quando é que é considerada obesidade?

A obesidade é geralmente definida com base no Índice de Massa Corporal (IMC), que é uma medida que relaciona o peso e a altura de uma pessoa. O IMC é calculado dividindo o peso da pessoa em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Os critérios para classificar a obesidade são os seguintes:

  • IMC abaixo de 18,5: Abaixo do peso
  • IMC de 18,5 a 24,9: Peso normal
  • IMC de 25 a 29,9: Excesso de peso (sobrepeso)
  • IMC de 30 a 34,9: Obesidade classe 1 (obesidade moderada)
  • IMC de 35 a 39,9: Obesidade classe 2 (obesidade severa)
  • IMC de 40 ou mais: Obesidade classe 3 (obesidade muito severa ou mórbida)

Esses valores são recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e são utilizados em muitos países como critérios para determinar a obesidade. Além disso, a obesidade pode ser influenciada por vários fatores, incluindo genética, dieta, nível de atividade física e condições de saúde subjacentes.

Para mais informações sobre os critérios de obesidade e suas classificações, você pode consultar as diretrizes da OMS ou outros recursos de saúde pública.

Qual é o diagnóstico da obesidade?

O diagnóstico da obesidade envolve várias etapas e critérios. Aqui estão os principais componentes do processo:

1. Cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC é a ferramenta mais comum utilizada para avaliar se uma pessoa é obesa. Ele é calculado com a fórmula:

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IMC=peso (kg)altura (m)2IMC = \frac{\text{peso (kg)}}{\text{altura (m)}^2}

Os valores do IMC são então comparados com os limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS):

  • IMC < 18,5: Abaixo do peso
  • IMC 18,5 – 24,9: Peso normal
  • IMC 25 – 29,9: Excesso de peso (sobrepeso)
  • IMC 30 – 34,9: Obesidade classe 1
  • IMC 35 – 39,9: Obesidade classe 2
  • IMC ≥ 40: Obesidade classe 3

2. Avaliação Clínica

Além do IMC, um médico pode realizar uma avaliação clínica que inclui:

  • Histórico médico: Avaliação de doenças pré-existentes, hábitos alimentares, nível de atividade física e histórico familiar de obesidade.
  • Exame físico: Medição da circunferência da cintura para avaliar a distribuição de gordura corporal, o que é importante porque a gordura abdominal está associada a riscos mais altos de doenças crônicas.

3. Exames Complementares

Em alguns casos, exames adicionais podem ser solicitados para avaliar as comorbidades associadas à obesidade, como:

  • Análises de sangue: Para verificar níveis de glicose, lipídios e hormônios.
  • Avaliações cardiovasculares: Para determinar a saúde do coração e o risco de doenças cardíacas.

4. Classificação e Risco Associado

O diagnóstico também pode considerar o risco de desenvolvimento de outras condições de saúde associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e doenças cardiovasculares.

O diagnóstico da obesidade é um processo abrangente que envolve a medição do IMC, avaliação clínica e, possivelmente, exames complementares. Isso ajuda a determinar não apenas a presença de obesidade, mas também a necessidade de intervenções e tratamento.

Para mais informações detalhadas sobre o diagnóstico e tratamento da obesidade, você pode consultar recursos como a Organização Mundial da Saúde e publicações médicas relacionadas.