Melhorar os cuidados de saúde a partir do transporte
- 01 março 2018, quinta-feira
- Gestão
Todos os anos, 3,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos ficam sem cuidados de saúde devido ao transporte. Os problemas, que afetam zonas rurais e urbanas, podem resultar em consultas perdidas ou com atraso, despesas superiores e piores resultados no tratamento.
Tendo em conta esta situação, a American Hospital Association lançou o estudo “Transportation and the Role of Hospitals”, onde são analisadas as barreiras colocadas pelo transporte no acesso à saúde.
As zonas rurais são particularmente desafiantes devido à forma como os residentes se dispersam e às curvas e inclinação das próprias estradas, que tornam o transporte particularmente difícil.
O estudo sugere que os hospitais podem ter um papel na política de transporte e infraestruturas, por exemplo identificando áreas onde as necessidades são mais prementes, e participando em iniciativas de planeamento de transportes a nível local ou regional. Os hospitais podem ajudar os responsáveis pelo planeamento a identificar as áreas vulneráveis e alocar recursos para providenciar infraestruturas.
O documento sugere várias ações concretas, adequadas, naturalmente, à realidade norte-americana, para fazer face ao problema, como por exemplo a criação de parcerias, por parte dos hospitais, com agências governamentais, fornecedores de serviços de saúde e sociais, autoridades ligadas aos transportes, fornecedores privados de transporte, voluntários e instituições de educação, no sentido de criar novas oportunidades.
Importa também perceber que as barreiras no transporte diferem de paciente para paciente, por isso não é possível aplicar uma solução universal – uma análise SWOT pode ser, segundo o documento, uma das formas de perceber estas diferenças. Recorrer a checklists pode também ser útil para identificar eficazmente as necessidades dos pacientes, já que o transporte nem sempre é percecionado como algo que tenha de ser abordado durante a consulta.
Em suma, os hospitais podem desempenhar um papel relevante na resolução dos problemas de transporte ao perceberem o impacto que este aspeto tem na saúde pública, ao apoiar políticas e programas de infraestruturas um acesso mais seguro e saudável às opções de transporte. O recurso à telemedicina pode também ser uma solução em determinados casos, reduzindo tempo de viagem.
Matosinhos melhora resposta domiciliária com aumento da frota
Geografias diferentes, problemas parecidos. Também em Portugal as deslocações podem ser um problema, quer pela também verificada dispersão dos habitantes nas zonas rurais, quer pelos múltiplos problemas que afetam pessoas idosas que precisam de cuidados em permanência.
A pensar nisto, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos adquiriu três viaturas, de modo a aumentar a capacidade da resposta assistencial da equipa de cuidados paliativos, prestando cuidados aos utentes no domicílio e evitando que se desloquem ao hospital.
Esta aquisição decorreu na semana dedicada à temática do «Cuidar em Casa», que decorre até 2 de março e se insere no projeto SNS + Proximidade.
O «Cuidar em Casa» deslocaliza os cuidados das instituições para a casa das pessoas, levando a uma redefinição do processo de prestação de cuidados.
Mais informação em
www.hpoe.org/Reports-HPOE/2017/sdoh-transportation-role-of-hospitals.pdf
https://www.sns.gov.pt/noticias/2018/02/28/ulsm-sns-proximidade/
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