Cinco unidades de cuidados continuados anunciaram fecho este ano

Cinco unidades de cuidados continuados informaram este ano que vão fechar, disse a Associação Nacional dos Cuidados Continuados (ANCC), alertando novamente que a rede nacional “está realmente a colapsar devido ao subfinanciamento”.

Num comunicado, o presidente da ANCC, José Bourgain, precisou que aquelas unidades contam no total com 122 camas, que se somam às 220 camas que encerraram nos últimos dois anos.

Deste modo, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), com falta de vagas, “perde em pouco mais de dois anos um total de 342 camas”, adiantou.

Em relação à solução do Governo para alargamento das vagas naquelas unidades recorrendo ao financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê mais 5 500 camas até 2025, o presidente da direção da associação tem muitas dúvidas.

José Bourgain questiona o executivo sobre “que sentido faz lançar um PRR para construção de 5 500 novas camas em Cuidados Continuados”, quando “é o mesmo Governo que causa o encerramento das camas já existentes”.

Pergunta ainda se “haverá entidades a candidatar-se a essas novas camas”, tendo em conta que “o PRR apenas financia 30 por cento do investimento a fundo perdido, (…) que para os restantes 70 por cento as entidades terão de se endividar na banca” e que “as taxas de juro estão a subir fortemente”.

“Haverá quem queira investir em Cuidados Continuados e endividar-se sabendo que à partida existe subfinanciamento para a gestão diária destas unidades?”, questionou ainda.

Há cerca de dois meses, o responsável já tinha alertado para o facto de o setor estar à beira da rotura, salientando, em declarações à Lusa, que nos últimos 13 anos o Governo atualizou apenas duas vezes os valores pagos, apesar de a legislação determinar “que todos os anos os preços dos Cuidados Continuados são atualizados com base na inflação do ano anterior e que os preços são revistos a cada cinco anos”.

No mês passado denunciou à Rádio Renascença que, “na região de Lisboa e Vale do Tejo, há quem espere dois anos por uma vaga numa unidade de cuidados continuados de longa duração”, considerando que “a culpa não é só da falta de oferta, mas também da falta de coordenação entre a Segurança Social e a Saúde ao nível das várias respostas”.

“Seria bom que o Governo esclarecesse o que pretende para a Rede Nacional de Cuidados Continuados”, lê-se no comunicado.

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